O Projeto Leitura, tem como objetivo vencer um dos maiores desafios encontrados pelos professores e amantes da literatura: Criar o hábito da leitura.
Projeto LEF Confira artigos, trabalhos, Vídeos, Fotos, projetos na seção do Letramento no Ensino Fundamental.
Na segunda metade do século XVI até as primeiras décadas do século XVII, os europeus, que eram a vanguarda do progresso humano no Ocidente , acreditavam que o Planeta Terra era envolto por esferas de cristal que serviam de apoio para os astros. Foi o matemático e astrônomo italiano, Galileu Galilei ( 1564-16420 ) que demonstrou, com os telescópios que aperfeiçoou, que essas esferas não existiam. Primeiramente na República de Veneza, depois no Principado de Florença e em Roma, ele também conseguiu comprovar empiricamente a teoria de Copérnico de que o Sol é o centro de Universo ( pelo menos na nossa franja de universo) e que a Terra gira em torno dele. Estudou ainda as montanhas lunares, as manchas solares , as fases de Vênus e os satélites de Júpiter.
Ocorre que, no seu tempo de vida, a Igreja Católica não permitia qualquer heresia contrária ao que a Bíblia havia preconizado. Eram também tempos da Contra Reforma, e não se podia contrariar o Tribunal da Santa Inquisição . Preso, Galileu escapou da fogueira, tendo melhor sorte que seu contemporâneo Giordano Bruno (1548-1600), mas teve de abjurar a doutrina científica coperniquiana, reafirmando que a Terra, afinal, era o centro do Universo, e que Deus se encontrava no firmamento.
Recordei de tudo isso, assistindo ontem à peça de Bertold Brecht, Galileu Galilei , escrita em 1945. Trata-se de numa nova montagem com a atriz Denise Fraga, grande elenco e direção de Cibele Forjaz. O folheto da peça nos lembra também de que em outubro de 1992, o Papa João Paulo admitiu publicamente que a Igreja Católica Romana errou ao condenar Galileu , 359 anos antes, pois afinal a Terra gira sim em torno do Sol.
Brecht publicou essa peça ao final da Segunda Guerra Mundial, um momento em que os cientistas faziam sua contrição em relação à energia nuclear usada para o bombardeio do Japão.
A montagem atual é bem original e combina diálogos renascentistas com marchinhas de carnaval. Há muitos anos eu vi uma montagem mais tradicional, no Rio de Janeiro.
Em suma, vale a pena esse mergulho na História da Humanidade, se não for por outra razão , pelo menos para ver o quanto avançamos desde As Grandes Navegações e prezar o fato de vivermos hoje em um estado laico. Brasília, 30 de abril de 2016