A Brasília que não lê

Quem são esses brasileiros analfabetos residentes no DF?

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Números do ENEM (MECINEP in Veja 2111)

49,4: em 100, nota média das escolas brasileiras

47: média das escolas públicas

60,3: média das escolas privadas

65% das escolas ficaram com nota abaixo de 50

só 0,7% das escolas tirou nota superior a 70

83 das 100 escolas de melhor desempenho são particulares

75 das 100 escolas com melhores resultados estão na Região Sudeste

Até a semana passada, ocupei este espaço para parabenizar Brasília, em vias de se tornar cinquentenária, em abril de 2010. Hoje meu assunto não é tão ameno. Saíram os resultados do ENEM  _ Exame Nacional do Ensino Médio _ e não dá para ignorar  os dados referentes ao Distrito Federal, que não são bons.  Não que o DF destoe da média brasileira; em alguns aspectos, como nas notas dos alunos concluintes, está até bem posicionado. O que me preocupa são os resultados relativos às escolas que oferecem o Ensino Médio. Entre as vinte que foram ranqueadas em melhor posição não há sequer uma da rede distrital de ensino público, administrada pela Secretaria de Educação.  São todos colégios particulares, exceto o Colégio Militar, de administração federal. É o caso de se perguntar: por que as escolas de Ensino Médio do Distrito Federal  tiveram resultados tão pífios? Partilhamos no DF,  com as demais unidades federativas, problemas educacionais como o desinteresse dos adolescentes e jovens pelas atividades escolares; o absenteísmo de professores e alunos, que é uma verdadeira chaga  na educação nacional; a jornada curta de trabalho escolar diário; o acesso restrito a bibliotecas públicas e outros mais. Mas em relação aos demais estados, o Distrito Federal leva vantagens comparativas. Vejamos. Temos pequena extensão territorial, menor que a de muitos municípios brasileiros: Nenhum estudante tem de caminhar longas distâncias, como acontece em estados de economia agrícola, cujos municípios têm áreas rurais extensas. Ou tem ou viajar de canoa para chegar à escola, como é o caso da Região Amazônica na época das cheias.  Diferentemente da muitos estados brasileiros, nossos professores não são leigos. Têm curso superior, mesmo os que trabalham nas séries iniciais do Ensino Fundamental.  Para conferir isso, basta acessar o Censo da Educação conduzido pelo MEC.

E tem mais, o DF tem a maior renda per capita do país e o melhor IDH, Índice de Desenvolvimento Humano. É só conferir no IBGE. É verdade que no índice de Gini, que mede as desigualdades sócio-econômicas, estamos mal, mas ainda em melhor posição que Goiânia e outras capitais brasileiras.  Não se pode esquecer também que a União financia a educação no DF, transferindo recursos para o custeio, rubrica que inclui o maior item de despesa, que é a remuneração dos profissionais da educação. É bom lembrar também que o Distrito Federal possui o maior número de computadores entre todos os estados; o maior percentual de portadores de diploma de curso superior e de pós-graduação. Todas essas condições poderiam transformar  Brasília  e suas regiões administrativas em modelo da educação brasileira.  Poderíamos ter os melhores índices nos sistemas nacionais de avaliação da aprendizagem, como a Provinha Brasil; a Prova Brasil; o ENEM,  e até mesmo na avaliação internacional da OCDE, o PISA, em comparação com os  demais estados. Mas não é isso que está acontecendo, como vimos  nos dados de ENEM.

  Pesquisa apoiada pelo CNPq, que estamos  coordenando na Universidade de Brasília sobre compreensão de leitura vem trazendo evidências preocupantes. Participam dessa pesquisa, que chamamos de “ Leitura e Mediação Pedagógica”,  além de vários professores de outras universidades, colegas da UnB,  e mais de uma dezena de doutorandos e mestrandos . Todo esse trabalho vem revelando de forma contundente que muitos estudantes na fase final do Ensino Fundamental e no Ensino Médio têm problemas gravíssimos de compreensão leitora. Leem seus livros didáticos de Português e Literatura, de Química, de Física, de Geografia e História e não compreendem palavras, períodos e até segmentos longos dos textos. Diante de enunciados que não entendem, não se detêm, vão em frente, deixando lacunas  na sua compreensão, que vão prejudicar o entendimento global do texto. Também passam por cima de informações numéricas, gráficos, tabelas, esquemas, mapas e outros tipos de recursos informativos.  Se não leem com compreensão, se  desprezam raciocínios quantitativos, como vão usar os recursos do letramento como ferramentas para desenvolver a aprendizagem?

O problema é sério e não deve ocupar apenas a agenda da Secretaria de Educação e das escolas. É um problema a ser considerado por toda a sociedade brasiliense, assim como os resultados nacionais do ENEM  têm de ser levados em conta por toda a sociedade brasileira.  Não é hora de tergiversar, nem de escamotear, nem de procurar bodes expiatórios. O Brasil todo, e também Brasília, tem de acudir a situação grave da qualidade do ensino nacional. Não dá pra empurrar com a barriga.  Os estudantes que saem da escola como analfabetos funcionais serão os brasileiros responsáveis por este país nas próximas décadas.

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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