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Seis alunas do Centro Educacional 3 de Brazlândia dão aula de superação A cidade tem o menor Índice de Desenvolvimento Humano do Distrito Federal. Mas as meninas comemoram a aprovação na Universidade de Brasília (UnB) por meio do PAS. Ontem, as universitárias fizeram uma homenagem aos professores da escola.

Elas não cabem em si de contentes, e com razão. Seis alunas do Centro Educacional 3 de Brazlândia foram aprovadas no Programa de Avaliação Seriada (PAS), uma alternativa de acesso à Universidade de Brasília (UnB), em vigor desde 1996. O resultado, publicado em 25 de janeiro último, surpreendeu as estudantes e a direção da escola, que pertence à região administrativa com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do DF. As vencedoras estão fazendo história. Além de enaltecer o nome do colégio, são as primeiras de suas famílias a ingressar na UnB.

Com idade entre 16 e 17 anos, todas as aprovadas estudam na mesma escola e, em comum, têm uma reconhecida participação nas atividades realizadas durante o período letivo - (Leonardo Arruda/Esp. CB/D.A Press)
Com idade entre 16 e 17 anos, todas as aprovadas estudam na mesma escola e, em comum, têm uma reconhecida participação nas atividades realizadas durante o período letivo
Professores e alunos afirmam que o colégio enfrenta sérios problemas financeiros e estruturais. A vice-diretora, Patrícia Marques, diz que muitos alunos do ensino público não priorizam os estudos e isso atrapalha o desempenho. “Logo cedo, os meninos querem trabalhar para ter o seu próprio dinheiro e esquecem a influência da educação nesse caminho. Nem todos vislumbram seguir uma carreira”, avalia.

Entre as seis aprovadas, quatro estudavam na mesma turma. Ana Paula Andrade e Gisleide Bezerra afirmam que quebraram a barreira do preconceito dos que não acreditavam na capacidade dos alunos do CED 3. “Demos o primeiro passo e o nosso desejo é que essa conquista sirva de incentivo para os outros alunos” acrescentam Grazielle Matos e Leise Moreira.

As seis alunas contam que os professores do CED já organizaram visitas à UnB, mas que não conhecem a instituição e estão sonhando com o momento de entrar na faculdade como universitárias e não mais como estudantes do ensino médio.

Mudanças positivas
Nenhuma das seis, que superaram muitos obstáculos para conquistar a tão sonhada vaga, fez cursinho pré-vestibular. Contam que estudavam para adquirir conhecimento e não só para passar nas provas. Elas também relatam que nenhum dos pais tem condições de pagar uma faculdade particular e que, se não tivessem sido aprovadas na universidade pública, não teriam condições de iniciar um curso de graduação.

O orientador Josué Sene conta que, no ano passado, muitos alunos do CED 3 não manifestavam interesse em fazer inscrição no PAS e alguns não tinham sequer o Cadastro de Pessoa Física (CPF). “A dificuldade existe e estamos trabalhando com os alunos para que ocorram mudanças positivas, mas damos muito mais valor à nossa profissão quando temos um resultado gratificante como esse”, acrescenta a orientadora Márcia Martins.

Ontem, as alunas prestaram uma homenagem aos professores durante a primeira reunião de planejamento do ano letivo. Para elas, a conquista foi consequência de um trabalho de mão dupla, entre alunos e mestres. “Os projetos da escola, as dinâmicas utilizadas nas aulas e a dedicação dos professores foram fundamentais na realização do nosso sonho”, declararam, em nota dirigida ao corpo de professores da escola. “A luta é muito grande, pois a maioria dos alunos não acredita em si. Estamos tentando passar para eles que esse é o momento de estudar, que eles podem mudar a história da família e ter um futuro melhor que o dos pais”, diz Josué Sene. Fica o exemplo.

Quem são
Maryse Santos, 16 anos, passou para serviço social. O pai da estudante trabalha como vigia na Escola Classe 6 de Brazlândia e a mãe é faxineira em uma academia da região. Nos momentos de diversão, a menina, que sempre teve média 8, adora jogar futebol na rua com os amigos.

Mariany Santos, 16 anos, caloura de pedagogia, assim como a irmã gêmea, Maryse, dedica-se muito aos estudos. Com média frequentemente alta, garante que estuda porque gosta. Também aprecia esportes e o seu preferido é o vôlei.

Leise Moreira, 16 anos, passou para história. A mãe é dona de casa e sempre a incentivou nos estudos. O pai trabalha como porteiro, mas está desempregado no momento. Gosta de praticar esportes, ler livros, assistir a filmes e estar entre amigos. Aluna de destaque no colégio, Leise foi quem conferiu o resultado das amigas no PAS.

Gisleide Bezerra, 17 anos, passou para gestão de saúde coletiva. Conta ter se espelhado no irmão mais velho, que foi aprovado no Enem e cursou universidade particular com auxílio do ProUni. O pai trabalha como garçom e a mãe é dona de casa. Gisleide gosta muito de ouvir música e de ir a parques de diversões.

Ana Paula Andrade, 16 anos, é caloura de pedagogia. O pai trabalha como autônomo e a mãe é auxiliar de limpeza na Escola Classe 1 de Brazlândia. A estudante assume que nunca foi muito boa em exatas, mas, nas disciplinas de humanas, é craque. Os fins de semana de Ana são aproveitados em parques e na igreja que ela frequenta.

Grazielle Matos, 17 anos, irá cursar pedagogia. A mãe é dona de casa e o pai trabalha como auxiliar de serviços gerais. Quando está em casa, a estudante assiste à televisão, ouve música e lê muito. Mas também não dispensa um clube e um cineminha.
Fonte: CB

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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