Flora vira um monstro e Donatela perde a pose.
Será que o público engole a guinada de A Favorita?


Marcelo MartheVejaonline

DivulgaçãoTV Globo

TROCA DE PAPÉIS
O embate de Claudia Raia e Patrícia Pillar: uá-há-há-há-há!


Na terça-feira passada, dissipou-se o suspense que sustentava a novela A Favorita desde o início, há dois meses. Até então fazendo pose de santinha que amargou dezoito anos de prisão por um crime que não cometeu, Flora (Patrícia Pillar) confessou o assassinato de Marcelo, milionário de quem foi amante. Com a revelação, o noveleiro João Emanuel Carneiro deixou desorientada boa parte dos espectadores – que enxergavam na rival de Flora, Donatela (Claudia Raia), uma vilã perfeita. Enquetes na internet mostravam que três em cada quatro espectadores torciam por Flora. Ela era sofrida, injustiçada – mas dotada de espírito maternal e capaz de generosidade. Donatela, por sua vez, era uma perua arrogante, daquelas que param o carro em vagas para deficientes. O capítulo de terça-feira jogou por terra as ilusões. Depois de revelar sua alma negra, Flora roubou um carrão, saiu em disparada escutando heavy metal e soltou uma gargalhada de filme de assombração. Assassinou o médico gay vivido por Walmor Chagas com três tiros de revólver (para não dar chance ao velho) e transformou Donatela em principal suspeita do crime. O efeito foi o desejado pela Globo: os 46 pontos de média obtidos no ibope foram a melhor audiência da novela até ali. Mas a guinada tem seus riscos: será preciso um trabalho de ourives para fazer de Donatela uma mocinha palatável.

Uma das regras do melodrama tradicional é não frustrar expectativas: transformar o bonzinho em monstro pode ser visto como traição do pacto entre autor e espectador. O contrário – fazer do antipático um herói – não é menos complicado. Mas eu sei para onde estou indo, diz Carneiro, o confiante. Eu li muito Pirandello, arremata, referindo-se ao dramaturgo italiano mestre em lidar com o véu das aparências. Para desfazer a rejeição a Donatela, o noveleiro anuncia que vai desconstruir Claudia Raia. O processo já começou. Depois de cair na arapuca de Flora, Donatela dormiu num túnel imundo. Antes sempre maquiada e com cabelos alisados por uma chapinha implacável, ela agora tem os cachos desgrenhados. Será presa – e uma carcereira subornada por Flora a trancará com um rato, bicho que lhe dá fobia. O povo vê Donatela com preconceito porque ela é rica, diz Carneiro. Agora, vai ter de refletir sobre isso, pois ela pode ter mil defeitos, mas não é assassina. Enquanto o povo reflete, Flora vai multiplicar suas maldades. Uá-há-há-há-há!



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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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