Dado se refere a crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos.
Unesco destaca em relatório quantidade de alunos<

\n O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. >Fabiana Vasconcelos
Da Secretaria de Comunicação da UnB

Ronaldo, de 18 anos, cata lixo para reciclagem no Plano Piloto. Estudou até a 5ª série. Parou para trabalhar. “O jeito foi deixar os estudos, senão não tem como conseguir roupa e comer”, diz. Se continuasse na escola, talvez hoje Ronaldo estivesse comemorando a conclusão do ensino médio.

A história do menino de mãos ásperas guarda semelhança com a de  crianças e adolescentes de todas as regiões do Brasil. Mais de 2 milhões de jovens entre 7 e 17 anos não freqüentam o colégio, segundo os dados divulgados este ano pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNADIBGE).

O problema está concentrado dos adolescentes de 15 a 17 anos, que deveriam estar no ensino médio. São 1,8 milhão de jovens fora dos bancos escolares. “Eles estão numa faixa em que falta paciência para entrar no mercado diz o professor da Faculdade de Educação da UnB Erasto Fortes.

Existe uma necessidade de consumo, explica o professor, por isso muitos deixam a escola para entrar no mercado de trabalho precocemente. No segmento entre 7 e 14 anos, idade em que deveriam cursar o ensino fundamental, cerca de 640 mil estão fora da escola.

Os números superam em quatro vezes o valor considerado recomendável pela Unesco para o Brasil. No Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, divulgado pela entidade no final de novembro, o país aparece entre as nações com mais de 500 mil crianças fora da escola, ao lado do Iraque e do Paquistão.

Nas estatísticas, revela-se o desafio do país em cumprir a meta de reduzir para 200 mil o número de crianças fora da escola até 2015. O relatório lembra que “há fortes evidências que ligam a educação a um alto crescimento econômico e à produtividade”.

QUALIDADE –  Para a professora da Faculdade de Educação da UnB Benigna Villas Boas, universalizar o ensino é uma necessidade urgente, mas esse objetivo deve ser tão almejado quanto a qualidade no ensino. “Esse é o maior desafio nosso. Não é só colocar na escola, é conseguir que aprendam para prosseguir na vida.”

Pesquisas realizadas por institutos privados apontam o analfabetismo funcional atinge 75% da população brasileira. São pessoas com dificuldades em leitura e escrita. Para avaliar o nível de aprendizado e, por conseqüência, a qualidade nas escolas, o Ministério da Educação criou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Ambos têm mostrado aumento na pontuação dos alunos, o que pode ser um alento para melhorar os indicadores do país. Em uma escala de zero a 10, as escolas brasileiras registraram a média de 3,8 pontos em 2005 no Ideb, subindo para 4,2 pontos em 2007. Já no Enem, as médias aumentaram de 37 para 51, em uma escala de zero a 100.

A meta do governo é atingir o Ideb de 6 até 2022, o que significaria uma educação compatível com a de países desenvolvidos. “É o que se espera, mas a gente tem dúvidas, porque não vê ações fortes de impacto para melhoria da educação básica”, diz Benigna.

Além da meta, a professora questiona até que ponto a febre de avaliações é eficaz. “É um perigo só alcançar nota. Esses resultados têm de ser utilizados em benefício do aprendizado dos alunos”, diz. 

PROPOSTAS – Analfabetismo funcional e evasão ainda são questões a serem resolvidas na educação brasileira. Para evoluir, as sugestões são muitas, mas na visão da professora da Faculdade de Educação da UnB Stella Maris, é fundamental melhorar a formação de docentes.

“Nossos professores não estão sendo formados a contento. Além disso, são recrutados em segmentos da sociedade mais carentes, que não tiveram acesso a uma boa escolarização”, diz. Stella cita o caso da Coréia do Sul como um exemplo a ser seguido. “Os países que tiveram bom desenvolvimento na educação investiram muito na formação de professores. Tem que ser prioridade.”

Categoria pai: Seção - Notícias

Pesquisar

PDF Banco de dados doutorado

Em 06 de novembro de 2024, chegamos a 2.394 downloads deste livro. 

:: Baixar PDF

A Odisseia Homero

Em 06 de novembro de 2024, chegamos a  8.349 downloads deste livro. 

:: Baixar PDF

:: Baixar o e-book para ler em seu Macintosh ou iPad

Uma palavra depois da outra


Crônicas para divulgação científica

Em 06 de novembro de 2024, chegamos a 15.809 downloads deste livro.

:: Baixar PDF

:: Baixar o e-book para ler em seu Macintosh ou iPad

Novos Livros

 





Perfil

Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

Leia Mais

Publicações

Do Campo para a cidade

Acesse: