Tendência que se repete
30409
Diego Amorim – Correio Braziliense
Como em anos anteriores e em todo o Brasil, quem paga para estudar tirou, em geral, notas superiores. No ranking nacional, apenas cinco colégios públicos estão entre os 20 melhores. O primeiro aparece na terceira posição — o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (MG).
A primeira escola pública “convencional” — que não é técnica, não é mantida por universidades nem exige seleção — está na posição 1.935. Trata-se da escola estadual Frederico Benvegnu, no interior do Rio Grande do Sul. Ela obteve média 60,61. O Colégio de São Bento, particular, a melhor escola do país pela segunda vez consecutiva, teve 80,58 de desempenho — 20 pontos a mais. A primeira pública do Rio aparece em quinto e é ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Das 26 mil escolas avaliadas, 74% ficaram abaixo da média nacional, que foi de 50,52. No universo da rede pública, esse índice sobe para quase 90%. No estado de São Paulo, a primeira pública só aparece em sétimo. Na capital paulista, em quarto. Em ambos os casos, são instituições profissionalizantes. No DF, o Colégio Militar de Brasília, o primeiro e o único público entre os 20 mais bem colocados, está em 10º lugar. Em Belo Horizonte, a primeira pública aparece em quarto e é profissionalizante.
O Inep, responsável pelo Enem, avalia que os alunos das escolas particulares se saem melhor porque, entre outros motivos, têm professores mais bem pagos. De acordo com o Inep, o exame não mede só a escola, mas também o aluno, a formação dos pais e o contexto socioeconômico em que ele vive.