Ao apresentar o plano de desenvolvimento da educação para especialistas, o presidente Lula disse que o programa pode ajudar três milhões de jovens que estão fora do mercado de trabalho.
”Na medida em que a gente universalizou a educação – e nós universalizamos – , junto com a universalização não houve um acompanhamento da melhoria da qualidade da educação. Então, nós estamos nos piores do mundo”, afirmou Lula. “O dado concreto é que nós entramos no século XXI, estamos tentando fazer muita coisa, mas ainda temos praticamente tudo a resolver no que diz respeito à educação”.
Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, o sucesso de estudantes no Ensino Médio e Superior depende, principalmente, da educação básica. Por essa razão, a prioridade do plano é investir na qualidade do ensino para os mais jovens. “Nós temos que garantir que as crianças no máximo até os oito anos estejam todas alfabetizadas e que, a partir dos 10 anos, tenham adquirido competências e habilidades próprias da idade”, definiu Haddad.
Algumas medidas do plano já foram divulgadas: * O governo vai propor um piso salarial para professores de todo o país de, no mínimo, R$ 800.
* Novos Centros Federais de Educação Técnica e Científica serão criados em várias cidades do interior do país.
Meta de 100 mil estudantes do Ensino Médio recebendo educação a distância pela Internet.
* Um índice vai medir a qualidade do ensino.
*Os estados e municípios que conseguirem melhor desempenho, vão receber mais dinheiro do governo federal.
* Alunos entre seis e oito anos de idade vão ser avaliados para confirmar se estão sendo alfabetizados.
O governo vai oferecer isenção de impostos e financiamento para que os municípios comprem ônibus para o transporte escolar.
Embora detalhes do plano tenham sido anunciados nesta quinta-feira, o governo só deve apresentar em abril todos os projetos de lei, decretos e portarias que viabilizam as propostas. O governo diz que distribuirá pelo menos R$ 1 bilhão a mais, ainda neste ano, para que estados e municípios invistam em educação. Os recursos viriam do recém-criado Fundo da Educação Básica.
Critérios da reforma ministerial
O presidente Lula explicou nesta quinta-feira o porquê da manutenção de Fernando Haddad, um professor universitário, no ministério da Educação, e da escolha de José Temporão, um médico, para a saúde.
“Eu acho que tem duas coisas que são fundamentais no Brasil: educação e saúde. Com isso a gente não brinca, a gente não partidariza, a gente monta o governo com as pessoas que têm competência, com as pessoas que têm capacidade de montar um bom governo. Porque, na saúde, se você brincar, é morte. Na educação, se você brincar, é um analfabeto”, disse o presidente.