O que você quer ser quando crescer? Os jovens podem até continuar ouvindo esta pergunta, mas as respostas não devem se manter as mesmas. Medicina, Direito e Odontologia devem, gradualmente, ceder espaço a novas funções, relacionadas às atuais demandas e oportunidades – como os ludicadores (inventores de programas de jogos) e os plasturgistas, que combinam as habilidades de um engenheiro metalúrgico as de um engenheiro de polímeros. As mudanças não afetarão apenas os nomes de profissões: também devem mudar os hábitos e as relações de trabalho. Uma pesquisa realizada pelo Programa de Estudos do Futuro da Universidade de São Paulo, que projeta perspectivas para o mercado de trabalho no país até 2010, aponta que as novas tecnologias e o trabalho a distância devem mudar as empresas no futuro próximo. Segundo o estudo, os setores mais promissores são os de comunicação, tecnologia e informação, acompanhados de hospedagem, entretenimento, lazer e terceiro setor. Conclui ainda que o empreendedorismo será a marca da década, já que 20% dos gerentes devem abrir seu próprio negócio até 2010.
O conhecimento é cada vez mais prioridade nos negócios, deixando o capital financeiro em segundo plano. “Estamos vivendo na sociedade do conhecimento, onde a boa informação vale mais que o capital financeiro. Grandes empresas como Google e Youtube tiveram como trunfo maior suas idéias”, exemplifica Gilberto Guimarães, presidente da BPI Brasil, empresa de gestão de mudanças e carreiras. Para ele, as grandes apostas são as profissões do conhecimento, especialmente relacionadas à tecnologia. Na “nova vida” cresceriam em importância – e em oportunidades – os mercados de lazer e saúde, voltados para o bem-estar dos trabalhadores. “Meu conselho é: escolha uma área e se especialize, veja como ganhar dinheiro e invista nisso. Seja o melhor”, sugere Guimarães.
Para Rafael Souto, diretor-executivo da Produtive Outplacement e Planejamento de Carreira, a população deve modificar sua postura frente às relações de trabalho desde agora. “O profissional do futuro é um gerador de receita, não um empregado. Ele atua ora como funcionário, ora como prestador de serviços – e até como consultor e docente”, destaca o diretor. Segundo ele, as áreas mais promissoras são a gestão de projetos e cronogramas, a engenharia mecatrônica e a controladoria, além das relações com o mercado financeiro. “Cada vez mais empresas e pessoas físicas precisam compreender essa relação com o mercado financeiro, que está ficando mais próximo da realidade dos médios empreendimentos”, destaca Souto. (
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>Tércio Saccol)