Coube-me o honroso privilégio de saudar o eminente professor Cassiano Nunes nesta cerimônia em que a Universidade de Brasília lhe está outorgando o título de Doutor Honoris Causa. Começando por um chavão quase obrigatório em momentos como este, mas que, no meu caso, é absolutamente sincero, eu direi que não me considero a melhor pessoa para fazer tal saudação. Acredito que um colega ou uma autoridade mais ilustre poderia saudá-lo bem melhor do que eu. Falta-me o dom da oratória, qualidade tão importante em ocasiões solenes como esta. Contudo, já que o destino me trouxe até aqui, e me pôs diante de vós, só me resta dizer algumas palavras que estejam minimamente à altura do insígne homenageado.
Cerimônias como esta, de outorga de título de Doutor Honoris Causa, trazem-me à mente uma frase do comediógrafo francês Molière. Em sua farsa As preciosas ridículas, ele pôs nos lábios de uma de suas personagens a seguinte deixa: “Les gens de qualité savent tout sans avoir jamais rien appris”,[i] que, em português, poderia ser traduzida por “As pessoas de qualidade sabem