OESP - VIDA& - 180208

São Paulo começa a usar apostila única para orientar professores
Sindicato critica ação do governo de elaborar material para uniformizar aulas na rede pública
Renata Cafardo
As escolas estaduais de São Paulo começam hoje, volta às aulas, a usar um material didático em forma de apostila para orientar professores sobre como proceder e quais conteúdos abordar em sala de aula. Essa é a primeira vez que a rede, com 200 mil professores e 5 mil escolas, tem um material único de proposta curricular para 5ª a 8ª séries e ensino médio.

Os livros elaborados pelo governo funcionam como guias - detalham o que deve ser feito aula a aula, indicam as habilidades dos alunos que precisam ser trabalhadas e propõem avaliações. Mas há quem reclame que o formato massifica a maneira de ensinar.

Esse material tira o direito do professor de conduzir sua aula, diz o presidente do sindicato dos professores (Apeoesp), Carlos Ramiro, que teve acesso aos livros. Para ele, a proposta curricular é apresentada como apostilas usadas em sistemas de ensino particular, numa forma de padronização do ensino.

Ele se refere a grupos como COC, Positivo e Objetivo, dentre outros, que fornecem materiais próprios aos alunos e professores - de suas escolas e de outras - em vez do livro didático convencional. Todo ano os professores já faziam a revisão do ano anterior, levando em conta as dificuldades de cada aluno. Agora, vai ser tudo igual.

A coordenadora de assuntos pedagógicos da Secretaria de Educação, Maria Inês Fini, discorda. Para ela, os livros didáticos comprados e distribuídos gratuitamente pelo Ministério da Educação (MEC) continuarão a ser usados e os materiais do governo do Estado farão referências a eles, deixando várias alternativas aos professores.

Quando consultávamos a rede para saber que currículo era praticado, tínhamos 200 mil respostas, diz Maria Inês, referindo-se ao número total de professores nas escolas estaduais. Não existia nada sistematizado, a rede precisava de alguma referência até para haver mais justiça na avaliação.

O material recebeu o nome de São Paulo faz Escola e foi impresso pela Imprensa Oficial. Os mais de 3 milhões de exemplares foram feitos nos formatos de revista e jornal, como o Diário Oficial, que o Estado imprime nas mesmas máquinas.

Professora de ciências de uma escola estadual no Mandaqui, zona norte de São Paulo, Fátima Solange Lavorente não reclama. Acho importante que todos os professores trabalhem juntos em um mesmo projeto. Para ela, a autonomia do docente não está ameaçada. Cada um poderá enriquecer as atividades propostas com vídeos ou textos que ache conveniente.

DIFICULDADES

O material, que será usado de hoje até 30 de março, foi elaborado como forma de recuperação de português e matemática. Foi desenvolvido a partir das dificuldades de aprendizagem dos alunos identificadas pelo Saresp, o exame anual feito pela Secretaria da Educação.

Mesmo aulas de história, por exemplo, serão focadas na leitura e produção de textos. As de geografia e ciências trabalharão as habilidades matemáticas. Depois do dia 30, os professores receberão novas apostilas contemplando todo o currículo do ano letivo.

O material do professor tem formato de revista: cada uma contém de uma a quatro disciplinas. Logo no início, um quadro indica o número de aulas previstas e as habilidades a serem desenvolvidas. Há orientações explícitas de como preparar e aplicar a aula, com tempo estimado e modo de conduzir os estudantes nas tarefas. Anuncie o texto que será lido e o seu título, além de outra informação (tema, autor, gênero) que permita aos alunos criar uma expectativa (...). Anote-as na lousa, diz uma das revistas do professor.

No chamado Jornal do Aluno, as disciplinas são divididas como se fossem seções de um jornal diário. Ele começa com um texto da secretária de educação, Maria Helena Guimarães de Castro, dizendo que 2008 será, com certeza, um ano que fará a diferença. As atividades - as mesmas indicadas no livro do professor - são numeradas e divididas por temas, fichas e aulas. Há textos, ilustrações e jogos, permeados de dicas e conceitos.

Categoria pai: Seção - Notícias

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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