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Assisti ontem à noite, novamente, o filme “Que horas ela volta ?” de Anna Muylaert . O pronome ela do título refere-se à mãe, a mãe patroa e a mãe empregada e a pergunta é um lamento dos filhos que sentem sua falta. Veja resenha abaixo, nesta página . Esse filme me encanta, especialmente o trabalho dos atores. A começar por Regina Casé, já premiada em Sundance. A atriz encarna com tanta verossimilhança o papel de uma mulher de meia idade, nordestina, empregada doméstica em São Paulo, que desaparece completamente, restando só a Val, sua personagem. Mas outros atores também estão muito bem : a filha recém-chegada do Nordeste para fazer vestibular na FAU ( e ser bem sucedida: Camila Nárdila) , o chefe da família, artista plástico frustrado , Lourenço Mutarelli, fraco, inseguro, ambíguo no trato com o moça, Karine Teles, a dona da casa, que manda esvaziar a piscina depois que a moça, filha da empregada, nada ali junto com o filho dos patrões, o Fabinho, que não consegue êxito no vestibular e vai passar uma temporada na Austrália. O filme é bem o retrato do Brasil que se urbanizou no século XX, mas carrega ainda muito das marcas do país escravocrata que foi do século XVI ao XIX.

Só ontem ( vergonha !)  assisti o filme brasileiro, de 2015,  “Que horas ela volta?”, zapeando na TV paga.   Divulgado no exterior com o título “The second mother”, está colecionando prêmios :  o de melhor atriz para Regina Casé, no Festival de Sundance e o de melhor filme  no Festival de Berlim. É um filme de duas mulheres, ambas com raízes familiares fincadas na televisão : a diretora Anna Muylaert  e a atriz protagonista  laureada em Sundance.

Trata-se de  uma história urbana muito própria de um país, como o nosso, que manteve um regime escravocrata até o final do século XIX.  Países mais desenvolvidos já não têm empregados domésticos mensalistas morando no trabalho, mas no Brasil mesmo os apartamentos pequenos costumam ter as conhecidas dependências completas de empregada (DCE, nos anúncios) , geralmente um quartinho acoplado a um banheiro, que garante a adequada divisão do espaço domiciliar entre patrões e empregada.

Na trama , a dedicadíssima  empregada, que faz todo o trabalho e trata o filho dos patrões de quem foi babá  com muito carinho ( mais uma herança colonial,  a das mães pretas ), recebe a filha que ela sempre sustentou mas  com quem  teve pouco contato, vinda do Nordeste,  para fazer vestibular .

A moça não domina o código de conduta  do emprego doméstico e se comporta normalmente  mantendo com os patrões da mãe uma relação simétrica.  A patroa, muito cônscia dos papéis sociais em jogo, a trata com condescendência, mas não hesita em pedir de volta o quarto de hóspede, onde a menina se acomodara, e em mandar esvaziar a piscina depois que essa cai ali junto com o filho da família.  A piscina é de fato um símbolo da divisão do trabalho e distribuição de renda no país.  O patrão, um pintor  frustrado, trata bem a moça , mas seu comportamento é ambíguo pois pode não ser só boa educação e ser motivado por segundas intenções. 

É um filme primoroso sobre o Brasil, sua formação social  e sua gente. Quem ainda não o assistiu que procure vê-lo. Vai gostar.

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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