ENSINO MÉDIO
Diversão aliada à obrigação

Preocupado com a evasão escolar de adolescentes, MEC trabalha para tornar compulsória a matrícula até os 17 anos. Mas negocia a adoção de um currículo mais flexível, em que o estudante escolhe 20% das matérias

  • Fotos: Elio RizzoEsp. CBD.A Press - 22909
    Professora de inglês, Andreza aprova mudanças: “A maioria dos alunos sai do ensino fundamental sem base”

    O professor Gentil: necessidade de estar mais perto da realidade
     

    No Brasil, 1,5 milhão de jovens entre 15 e 17 anos que deveriam estar no ensino médio não passam nem perto da escola. A estimativa é do próprio Ministério da Educação, que discute torná-lo obrigatório justamente para tentar reduzir a evasão nesse grupo. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2008, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na semana passada, apontou um aumento de 82% para 84,1% da demanda nas escolas de ensino médio. Mas mostra que é nessa faixa que o mercado de trabalho mais retira alunos das salas de aula.

    O diretor de orientação curricular para orientação básica do MEC, Carlos Artexes, avalia que o fato de não haver legislação que obrigue a matrícula no ensino médio é um fator que desestimula os estados a investir na permanência dos jovens na escola. “A obrigatoriedade traz um comprometimento com esse grupo social. Isso significa que esses grupos que não devem ser favorecidos pela política pública. Nós achamos que a obrigatoriedade é um meio também de garantir esse direito”, afirma.

    O governo encaminhou um projeto de lei ao Congresso para tornar o ensino obrigatório dos 4 aos 17 anos — o que contempla os níveis infantil, fundamental e médio. Hoje, a matrícula é obrigatória apenas no ensino fundamental. Além dos adolescentes, as crianças também estão no foco do projeto. De acordo com o ministério, cerca de 30% das crianças de 4 a 6 anos no Brasil não estão matriculadas.

    A proposta tramita no Congresso desde o ano passado e o governo trabalha para vê-la aprovada até o fim de 2009. “Eu espero que seja votada na Câmara na semana que vem”, disse ontem o ministro da Educação, Fernando Haddad. Se isso ocorrer, a mudança entraria em vigor em 2016. O ministério também analisa alterações no currículo do ensino médio, com reforço em atividades interdisciplinares e liberdade para o aluno escolher 20% das matérias que for cursar. Um dos objetivos é torná-lo mais atraente aos alunos. O assunto está sendo discutido desde a última terça-feira num seminário em Brasília.

    Estímulo

    O estudante Rafael Nascimento, que cursa o 3º ano no Centro Educacional Setor Leste, diz que gostaria de ter visto atividades diferenciadas no currículo do ensino médio. “Acho que devia ter tido matérias extracurriculares para que a gente pudesse chegar um pouco mais perto da realidade. A minha escola não tem laboratórios de biologia, física e química”, avalia. O professor Gentil de Souza Silva, que leciona química para alunos do 3º ano da rede pública, defende aumento na carga horária. “Eu tenho uma carga horária de duas horas-aula, quando para o conteúdo o mínimo necessário seriam quatro horas.”

    Professora de inglês também no ensino médio da rede pública, Andreza Sanzonowicz diz que é preciso mudar o foco para que o ensino médio não seja apenas um pré-vestibular. “A maioria dos alunos sai do ensino fundamental sem base, principalmente no inglês. Acho interessante a proposta de colocar disciplinas à escolha do estudante porque vai estimulá-lo a ficar mais tempo na escola.”

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    Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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