Por Tácito Costa

MOTOKO RICH
DO “NEW YORK TIMES”

“Por mais de 500 anos, o livro vem sendo uma entidade notavelmente estável: uma sequência coerente de palavras conectadas, impressas em papel e delimitadas por capas.

Mas na era do iPhone, Kindle e YouTube, o conceito de livro está ganhando elasticidade, enquanto as editoras combinam recursos de texto, vídeo e internet em um esforço para manter o interesse dos leitores.

Na quinta-feira, por exemplo, a Simon & Schuster, editora dos livros de Ernest Hemingway e de Stephen King, anunciou quatro lançamentos, produzidos em colaboração com um parceiro multimídia, que ela classifica como “vooks” (ou “vivros”, em português), produtos que combinam vídeos e texto eletrônico e podem ser lidos e vistos on-line ou em um iPhone ou iPod Touch.

No começo de setembro, Anthony Zuiker, criador da série de TV “CSI”, lançou “Level 26: Dark Origins”, um romance publicado em papel, como livro eletrônico e em versão em áudio, no qual os leitores são convidados a se conectar à web a cada cinco capítulos a fim de assistir a vídeos curtos que adensam a trama.

Algumas editoras afirmam que essas formas multimídia híbridas são necessárias para atrair os leitores modernos, que desejam algo diferente. Mas os especialistas em leitura apontam para a possibilidade de que tentar alterar os parâmetros dos livros degrade o ato da leitura.

“Não há dúvida de que essas novas mídias terão resultado excelente no que tange a envolver e a interessar o leitor”, disse Maryanne Wolf, professora de desenvolvimento infantil na Universidade Tufts e autora de um livro sobre a relação entre ciência e leitura. Mas acrescentou: “Será que alguém vai continuar lendo Henry James ou George Eliot? Será que as pessoas terão paciência?”.

A maneira mais evidente pela qual a tecnologia alterou o mundo literário é o livro eletrônico. Ao longo dos últimos 12 meses, aparelhos como o Kindle, da Amazon, e o Reader, da Sony, ganharam popularidade. Mas as edições digitais que eles exibem são em geral fiéis à ideia tradicional de um livro, e usam palavras e ocasionais imagens ou fotos.

Os novos híbridos acrescentam muitos outros recursos. Em um dos “vooks” da Simon & Schuster, cujo tema é a dieta e o exercício físico, os leitores podem clicar em vídeos que demonstram como executar os exercícios.
Em “Embassy”, um romance curto de suspense de Richard Doetsch, a trama de sequestro é revelada por um vídeo que simula um telejornal e mostra que a vítima é a filha do prefeito; o vídeo substituiu parte do texto original de Doetsch.

“Todo mundo está tentando refletir sobre como os livros e a informação serão combinados no século 21, disse Judit Curr, diretora editorial da Atria Books, a divisão da Simon & Schuster que está lançando as versões eletrônicas em parceria com a Vook, uma companhia multimídia. “Não podemos mais ser lineares com o texto”, ela acrescentou.

Em alguns casos, tecnologias de rede social permitem conversações entre leitores, e isso influencia a maneira pela qual os livros são escritos.
Embora as editoras devam continuar publicando livros criados por escritores que trabalham sozinhos, Susan Katz, editora responsável pela divisão infantil da HarperCollins, prevê que “haverá uma espécie popular de literatura na qual o autor será visto como líder de um grande grupo e selecionará” entre as sugestões oferecidas pelos leitores.

Jude Devereaux, autora de livros românticos que já escreveu 36 romances convencionais, disse que adorou sua experiência com “Promises”, um “vook” exclusivo que se passa em uma fazenda da Carolina do Sul no século 19 e integra vídeos e trechos de diálogo em áudio para criar uma atmosfera. Devereaux diz que gostaria de ver versões novas de livros amplificadas pelo uso de música ou até mesmo de perfumes. “Gostaria de poder usar todos os sentidos”, ela afirma.

Alguns escritores desdenham da ideia de combinar as duas mídias. “Como romancista, jamais, em hipótese alguma”, permitiria que vídeos substituam a prosa, disse Walter Mosley, autor de “Devil in a Blue Dress” e outros romances. “A leitura permite que nossa capacidade cognitiva cresça”, diz Mosley. “E nossa capacidade cognitiva na verdade começa a andar para trás quando assistimos televisão ou ficamos o tempo todo no computador.”

 

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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