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Educação: um bom exemplo colombiano

 

O Globo

 

Em 6 de setembro de 2006, foi firmado o compromisso Todos pela Educação (www.todospelaeducacao.org.br). O pacto prevê que, até o bicentenário da Independência, em 2022, todas as crianças e jovens brasileiros terão acesso, permanência, conclusão e sucesso em educação de qualidade: saberão ler e escrever aos oito anos de idade; conhecerão o conteúdo das séries cursadas, sem repetência, e concluirão os ciclos fundamental e médio. O orçamento público da educação será suficiente e gasto com eficiência.

 

O Brasil tem um longo caminho a percorrer para a educação de qualidade. Na pesquisa trienal de 2003, com jovens de 15 anos de 49 países do Programa Internacional para Avaliação de Estudantes (PISA) da OCDE, o Brasil foi reprovado: último lugar em Matemática e penúltimo em Leitura, acima somente da Tunísia -- com quem empatamos no fim da fila em Ciências. No ranking de desempenho escolar Educação para Todos 2007 da Unesco, estamos estagnados na mesma 72ª posição de 2003.

 

No Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) do Ministério da Educação, entre 1995 e 2003, a média dos alunos da quarta série não conseguiu somar, subtrair, multiplicar ou dividir! No terceiro ano do curso médio, 41,3% apresentaram resultados críticos ou muito críticos em Língua Portuguesa. Essa performance está associada a altos índices de repetência e à conseqüente distorção entre idade do aluno e série cursada.

 

Para o Brasil, é inadequado tentar imitar a Coréia do Sul ou os países europeus que calcaram o desenvolvimento de curto prazo na intensidade educacional, tais como a Espanha e a Irlanda. Os modelos aplicáveis a nós estão na vizinhança latino-americana. Por isso, o Conselho de Empresários da América Latina (CEAL) e o Instituto Latino-Americano de Comunicação Educativa (ILCE) construíram um criterioso banco de 54 casos de excelência em educação básica em 18 países da região, dignos de serem conhecidos e reproduzidos (http:ceal.ilce.edu.mx). São parcerias de sucesso entre o Estado e a empresa privada, com resultados aferíveis em temas comuns.

 

Ótimos exemplos vêm da Colômbia, da periferia de Bogotá e da favela de Mamonal, em Cartagena. São provas de que é possível fazer a revolução silenciosa do conhecimento para a prosperidade, contra a miséria e a resistência da burocracia. Com o apoio de sua rede de empresas e a participação de funcionários públicos e agentes do terceiro setor, a Fundação Empresários pela Educação (www.fundacionexe.org.co) estabeleceu comitês permanentes no Ministério e em secretarias de educação. A Fundação ExE atua ainda em programas de aprimoramento da administração escolar, como o Projeto Líderes do Século XXI: parcerias de escolas com empresas, com a transferência de tecnologias de diagnóstico, planejamento e gestão para o ambiente escolar.

 

A Fundação Mamonal emprega o modelo do Projeto Líderes do Século XXI em zonas paupérrimas. Em poucos anos, causou mudanças profundas nas comunidades. Alunos, pais, professores, diretores e servidores tomam consciência de suas responsabilidades e de seus direitos na construção conjunta de uma visão de futuro e de planos de ação em benefício de milhares de crianças e jovens, até há pouco desprovidos de horizontes de esperança.

 

Apesar da guerrilha e do narcotráfico, e de dispersos pelos Andes e pela Amazônia, os 44 milhões de colombianos se uniram, graças à tríplice aliança sociedade-empresários-Estado, numa agenda comum: a da educação de qualidade para todos. Os rápidos avanços da Colômbia mostram que é possível ao Brasil conquistar a segunda independência em 2022, a da educação de qualidade e de oportunidades iguais para qualquer brasileiro.

 

MARCELO MARINHO e ALBERTO PFEIFER são dirigentes do Conselho de Empresários da América Latina (CEAL) .

 

 

 

    

 

 

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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