Alerta contra mosquitos

Chuvas provocam a proliferação de insetos e aumentam riscos de dengue. Governo recomenda cuidados com focos da doença

João Rafael Torres
Da equipe do Correio

Paulo de AraújoCB
 
Lucas Bortoni captura mosquitos para mostrar aos agentes de saúde: cuidados para evitar a dengue
 O tempo de chuva leva visitantes indesejáveis para a casa do brasiliense. São os mosquitos, que incomodam a população em praticamente todo o Distrito Federal. Não bastassem o zum-zum e as picadas dos insetos, o risco de proliferação da dengue também amedronta. A Secretaria de Saúde intensifica os cuidados para evitar um surto da doença, mas garante que a situação está sob controle. Só este ano, 14 pessoas foram internadas com suspeita da infecção.

O número de mosquitos aumenta com o verão. A chuva e o calor propiciam a reprodução dos insetos, que precisam de água para completar o ciclo de vida. Eles também são atraídos pelas luzes artificiais, durante a noite. Na casa da funcionária pública Larissa Bortoni,  no Lago Norte, os pernilongos tiram o sossego de toda a família. “Não dá para ficar parado. Temos que ficar cobertos o dia inteiro. Eles estão até dentro do carro, quando saímos para trabalhar”, reclama Larissa.

Alvo das picadas, Lucas, 11 anos, o filho mais novo da funcionária pública, combate os insetos. Junta os mosquitos que consegue matar num vidro. Quer mostrá-los para agentes de saúde, para saber se são da espécie Aedes aegypti, vetor da dengue. “Na escola, aprendi como fazer a prevenção da doença. Cuido para não ter água acumulada no jardim”, ensina o garoto.

Para a Secretaria de Saúde, Lucas está no caminho certo. De acordo com a gerente de Controle de Vetores da Vigilância Ambiental, Cristiane de Oliveira, a prevenção é a melhor forma de diminuir a ação dos insetos: “A população é o melhor agente para o controle de novos focos. Cuidados com a limpeza e com o lixo evitam a proliferação, especialmente dos transmissores da dengue”.

Inseticidas
Cerca de 800 servidores da secretaria, entre profissionais da saúde e agentes comunitários, trabalham no controle. Segundo a gerente, a incidência de pernilongos está sob controle. Por enquanto, não há necessidade de vaporizar inseticidas – o chamado fumacê. “Só usamos essa técnica quando há constatação de casos da doença. É uma forma de evitar que o mosquito fique imune ao produto usado na dedetização”, explica Cristiane.

Até o final de janeiro, foram notificadas 14 suspeitas de dengue. Nenhuma foi confirmada. De acordo com a diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Disney Antezana, a doença está sob controle. “Tivemos um surto nacional entre 2002 e 2003, com cerca de sete mil casos notificados. Desde então, as ações preventivas nos propiciaram bons resultados”, considerou.

Além dos riscos da dengue, o controle dos mosquitos também alivia o incômodo das picadas. Elas podem ser evitadas com repelentes para o corpo. Mas, se os pernilongos já deixaram marcas, o melhor é não deixar que as picadas evoluam para uma infecção. De acordo com a dermatologista Gladys Martins, do Hospital Universitário de Brasília (HUB), o segredo está na higiene. “Evite coçar as lesões, para não contaminá-las com bactérias. Dessa forma, os sintomas da reação alérgica causada pela picada passam mais rápido”, recomenda.


Hora de prevenir

PROTEJA SUA CASA

Evite o acúmulo de água da chuva. O mosquito precisa dela para se reproduzir. Tampe caixas de água e reservatórios. Vire garrafas ao contrário e esvazie pneus. Também se preocupe com plantas cujas folhas possam acumular água. Vistorie, a cada semana, pequenos reservatórios que podem oferecer risco. Uma tampa de refrigerante, por exemplo, pode se transformar num criadouro de mosquitos.

Mantenha a limpeza da casa e do terreno. O lixo também pode se transformar em focos para os insetos e esconder pequenos reservatórios de água.

Cuidado com o uso de inseticidas químicos para o controle dos mosquitos. Aplique conforme orientação do fabricante e só em caso de necessidade. Algumas pessoas podem apresentar reações alérgicas ao produto.

Dê preferência a repelentes naturais, como os óleos de citronela e alho, que afastam os insetos dos ambientes domésticos.
A citronela também pode ser empregada em velas aromáticas.
Feche as janelas no início das chuvas e antes de anoitecer para evitar o aumento dos mosquitos.

CUIDADOS COM A SAÚDE

Aplique produtos que ajudam a afastar os insetos da pele, que são vendidos em farmácias. Prefira os antialérgicos. Nas farmácias de manipulação ou homeopáticas é possível encontrar produtos feitos à base de extratos vegetais.

A alergia provocada pela picada do mosquito pode ser aliviada com compressas de água boricada e, se for necessário, com pomadas e cremes específicos.

Evite coçar as picadas. Isso poderia contaminar a lesão e provocar infecção, além de cicatrizes.

Se o número de picadas for grande, recomenda-se procurar um dermatologista.

RISCOS DA DENGUE

O Aedes aegypti é o mosquito vetor da dengue. É menor que um pernilongo comum, preto e tem hábitos diurnos. Nem todos estão contaminados. Eles só transmitem a doença se antes picarem alguém infectado.

A dengue é uma doença infecciosa, que dura em média 15 dias. A confirmação é feita por sorologia. Como é viral, não há um remédio específico para o tratamento. O médico controla os sintomas até que o organismo desenvolva anticorpos. O doente precisa ficar em repouso.

A dengue hemorrágica pode levar à morte e, em geral, se desenvolve nos pacientes.

Os principais sintomas da dengue são: febre acompanhada de náuseas, vômitos, dor atrás dos olhos, articulações, músculos. Se apresentar esses sintomas, procure uma unidade de saúde próxima à sua casa.

 


 

 
  
 

 

 

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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