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Evolução dos hominídeos nem sempre ocorreu de forma simultânea

Ao longo da história do gênero Homo, ancestrais aumentaram a massa corporal e a estatura, mas nem sempre essa evolução aconteceu de forma simultânea. Em alguns períodos, os hominídeos só engordaram, enquanto, em outros, ficaram mais altos, sem ganhar quilos

 

 

    
 
 

 postado em 01/11/2017 07:39 / atualizado em 01/11/2017 07:54

 Correio Braziliense

Universidade de Cambridge/DivulgaçãoFêmures de diferentes espécies da linhagem hominínea. Do menor para o maior: Australopithecus afarensis, Homo ergaster e Neandertal


A estatura e a massa corporal evoluíram a velocidades distintas na evolução dos hominídeos, a linhagem da qual apenas o Homo sapiens continua existindo. Um estudo feito com base em 311 fósseis cobrindo um período de 4 milhões de anos, publicado na revista Royal Society Open Science, mostra que, em vez do tamanho dos ancestrais ir aumentando gradativamente, os corpos evoluíram em flutuações — algumas espécies, inclusive, diminuíram.
 


Descrevendo a evolução física dos hominídeos como uma “longa e sinuosa estrada, com muitos entroncamentos e becos sem saída”, os pesquisadores afirmam que os padrões observados nos fósseis sugerem explosões de crescimento em momentos-chave, seguidos por platôs, quando pouco mudou por muitos milênios. Os cientistas afirmaram ter ficado surpresos ao detectar um momento, em particular, em que peso e estatura evoluíram de formas aparentemente desconexas. Há cerca de 1,5 milhão de anos, os ancestrais cresceram aproximadamente 10cm, mas só foram ganhar massa corporal 500 mil anos atrás, com aumento médio de 10 a 15kg.

Antes desse evento, a altura e o peso nas espécies homininas evoluíram de forma simultânea. “Um aumento apenas em estatura teria resultado em um físico mais enxuto, com pernas longas e ombros estreitos. Isso pode ter sido uma adaptação a novos ambientes, conferindo resistência corporal, já que as primeiras espécies do gênero Homo deixaram as florestas e passaram para savanas africanas áridas”, afirma o principal autor do trabalho, Manuel Will, do Departamento de Arqueologia da Universidade de Cambridge.

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“A maior relação superfície/volume de um corpo alto e delgado seria uma vantagem ao perseguir animais durante horas no calor e na secura, uma vez que uma área de pele maior aumenta a capacidade de evaporação do suor”, explica Manuel Will. “A adição posterior de massa corporal coincide com migrações cada vez maiores em latitudes mais altas, onde um corpo mais volumoso seria mais adequado para a termorregulação em climas eurasianos mais frios”, complementa. No entanto, o cientista ressalta que, enquanto essas são teorias válidas, ainda há grandes lacunas no registro fóssil dos ancestrais humanos, o que pode mascarar a realidade. Ele explica que, para estimar o tamanho e o peso dos restos mortais extremamente fragmentados, muitas vezes se valia de um único dedo do pé.

Momentos-chaves

O estudo descobriu que as medidas corporais foram altamente variáveis durante a história dos hominídeos, com espécies passando por processos bastante distintos: do Paranthropus, largo e parecido com gorila, ao Australopithecus afarensis, mais magro e franzino. Havia quatro milhões de anos, os ancestrais pesavam, em média, 25kg, e mediam entre 125-130cm. À medida que o tempo foi passando, os corpos foram ficando cada vez maiores, sendo que há três momentos-chaves de mudantas significativas.

O primeiro ocorre com o alvorecer do grupo de espécies ao qual o homem moderno pertence, o gênero Homo, cerca de 2,1 milhões a 1,1 milhão de anos anos atrás. Nesse período, há uma onda conjunta de avanço na altura (cerca de 20cm) e no peso (entre 15-20kg). A estatura, então, começa a evoluir separadamente do peso, com um aumento de 10cm entre 1,4 milhão e 1,6 milhão de anos atrás, logo após o surgimento do Homo erectus. A massa corporal, contudo, se manteve. “De uma perspectiva moderna, é aqui que vemos uma estatura que nos é familiar alcançada e mantida. A massa corporal, no entanto, ainda está longe de parecer a de hoje”, explica Will.

Não é até um milhão de anos depois (0,5 milhão a 0,4 milhão de anos atrás) que hominídeos consistentemente mais pesados aparecem nos registro fósseis, com uma estimativa de 10-15kg de ganho de massa corporal, um sinal de adaptação para ambientes ao norte do Mediterrâneo. “A partir de então, a altura e o peso médios do corpo permanecem mais ou menos os mesmos na linhagem hominínea, o que leva, em última instância, a nós mesmos”, diz Will.

Há, no entanto, algumas exceções nessa grande narrativa: o Homo naledi e Homo floresiensis. Evidências fósseis recentemente descobertas sugerem que essas espécies nadaram contra a maré. “Elas podem ter derivado de ancestrais muito pequenos e mais antigos ou se adaptado às pressões evolutivas que ocorrem em populações pequenas e isoladas”, sugere o especialista. “Nosso estudo mostra que, além dessas duas espécies, os hominídeos que aparecem após 1,4 milhão de anos são todos maiores que 140cm e 40kg. Isso não muda até que os corpos humanos se diversifiquem novamente nos últimos mil anos”, informa.

O arqueólogo também diz que os fósseis analisados também sugerem que o dimorfismo sexual — a distinção física entre gêneros, com as fêmeas de mamíferos tipicamente menores que os machos — foi mais prevalente nas primeiras espécies de hominídeos, mas, depois, foi praticamente descartada pela evolução.

O coautor do estudo, Jay Stock, também do Departamento de Arqueologia de Cambridge, sugere que essa trajetória de crescimento pode continuar. “Muitos grupos humanos continuaram a ficar mais altos ao longo do século passado. Com uma melhor nutrição e cuidados de saúde, as taxas médias provavelmente continuarão a crescer no futuro próximo. No entanto, certamente existe um limite máximo de nossos genes que definem nosso potencial máximo para o crescimento”, afirma.

“O tamanho do corpo é um dos determinantes mais importantes da biologia de cada organismo no planeta”, acrescenta Will. “Reconstruir a história evolutiva das nossas medidas tem o potencial de nos fornecer informações sobre o desenvolvimento da locomoção, da complexidade do cérebro, de estratégias de alimentação e até mesmo sobre nossa vida social.”
Correio Braziliense 1/10/2017
 
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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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