A Brasília que não lê

Quem são esses brasileiros analfabetos residentes no DF?

Leia Mais

Projeto Leitura

O Projeto Leitura, tem como objetivo vencer um dos maiores desafios encontrados pelos professores e amantes da literatura: Criar o hábito da leitura.

Leia Mais

Projeto LEF

Projeto LEF Confira artigos, trabalhos, Vídeos, Fotos, projetos na seção do Letramento no Ensino Fundamental.

Leia Mais

 

Amizade selada

Nova pesquisa traz à luz cartas que revelam um Graciliano Ramos gregário e cordial


MARCELO BORTOLOTI

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em Maceió, nos anos 1930, o escritor Graciliano Ramos, morto há 60 anos, era decano de uma turma de jovens intelectuais da qual faziam parte o poeta Aloísio Branco, o ilustrador Tomás Santa Rosa e o filólogo Aurélio Buarque de Holanda. Por este motivo, ganhou o apelido jocoso de "o velho Graça".

Quando mudou-se para o Rio, passou a frequentar a livraria José Olympio e conheceu a nata da intelectualidade na então capital.

Mais tarde filiou-se ao Partido Comunista, chegando a se candidatar a deputado federal. Esta trajetória não impediu que Graciliano, homenageado da Flip deste ano, mantivesse fama de homem fechado, tímido e de raros amigos.

Folclore que ele próprio alimentava com sua intolerância a intimidades gratuitas ou a gestos derramados. Esta imagem é colocada em cheque na recente pesquisa que reuniu a correspondência do escritor.

De 1909 a 1952, ele recebeu ou enviou cartas para 106 correspondentes, número que surpreende e contradiz sua fama de casmurro. Nelas, surge um Graciliano amigo, cordial, interessado pelos problemas literários e políticos do seu tempo, e sempre irônico e afiado em suas críticas.

O levantamento foi feito pela pesquisadora da USP Ieda Lebensztayn, com orientação de Marcos Antonio de Moraes, e será publicado em livro este ano. Foram localizadas 160 cartas inéditas, entre a correspondência ativa e passiva.

Sua rede de contatos engloba desde figuras da extrema direita como o católico Alceu Amoroso Lima a gente de extrema esquerda como o líder comunista Luís Carlos Prestes. Entre os interlocutores também estão Jorge Amado, José Lins do Rego, Cândido Portinari, Nelson Werneck Sodré e Cyro dos Anjos.

"Diziam que ele era um homem isolado e seco, mas estas cartas mostram o contrário", diz Lebensztayn.

A primeira reunião da correspondência de Graciliano Ramos foi publicada em 1980. O livro trazia cartas envidas a familiares e a um único amigo, Joaquim Pinto da Mota Lima. Nelas transparecia um escritor apaixonado pela esposa e devoto da família.

Mas a reserva e o isolamento social continuavam sendo uma característica marcante, como comentou o poeta Lêdo Ivo sobre aquela coletânea: "Os elementos básicos da sua personalidade --o individualismo cerrado, o pessimismo visceral, o ensimesmamento, um sentimento de desvalor pessoal que tende à autodestruição-- se destacam sempre nestes contatos".

A correspondência agora reunida traz informações muitas vezes fragmentárias, mas ajuda a relativizar cada um destes traços.

 

Categoria pai: Seção - Blog

Pesquisar

PDF Banco de dados doutorado

Em 16 de setembro de 2024, chegamos a 2.133 downloads deste livro. 

:: Baixar PDF

A Odisseia Homero

Em 16 de setembro de 2024, chegamos a  8.101 downloads deste livro. 

:: Baixar PDF

:: Baixar o e-book para ler em seu Macintosh ou iPad

Uma palavra depois da outra


Crônicas para divulgação científica

Em 16 de setembro de 2024, chegamos a 15.529 downloads deste livro.

:: Baixar PDF

:: Baixar o e-book para ler em seu Macintosh ou iPad

Novos Livros

 





Perfil

Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

Leia Mais

Publicações

Do Campo para a cidade

Acesse: