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É a demografia, estúpido!

Direto de Moscou, o diplomata licenciado Carlos Serapião Jr. comenta fatos da economia global

Pessoas são a principal matéria-prima de um país, então a sentença de James Carville sobre a economia (marketeiro de Bill Clinton que, em 1992, cunhou a frase it´s the economy, stupid!) pode ser adaptada para a demografia. É sabido que o crescimento populacional na Europa é negativo, incluindo a faixa europeia da Rússia. E que, portanto, a imigração é uma necessidade para a reposição da força de trabalho.

Mas, na Rússia, há peculiaridades. Primeiro, a expectativa de vida dos homens é de apenas 61,5 anos, enquanto no Brasil é de 68,8 anos e na União Européia de 75,8 anos. Duas explicações são as mais apresentadas para isso: alcoolismo e a transição sócio-econômica. Tenho minhas dúvidas, pois a transição dos anos 90 já é história e o alcoolismo aqui caiu muito. Por outro lado, uma boa parte dos homens russos tem péssimos hábitos alimentares e de cuidados com a saúde em geral.

Outra peculiaridade é a imigração para a Rússia oriunda basicamente dos países da ex-União Soviética. A Rússia tem hoje uma população de 142 milhões e crescimento negativo de 0,085% ao ano. Em compensação, recebe cerca de 200 mil imigrantes ao ano, sendo metade de russos étnicos e o resto de outras etnias, mas todos falam russo e têm um mindframe padronizado pelo sistema educacional herdado da União Soviética. Só de ilegais, há hoje na Rússia cerca de 10 milhões de imigrantes.

Ou seja, a Rússia é multiétnica, assim como a ex-URSS e o antigo Império Russo o eram. A imigração na Rússia não representa ameaça de fratura social como, por exemplo, na França ou Alemanha. Em geral, os cidadãos dos países vizinhos, com exceção dos Bálticos, enxergam Moscou como o centro de seu universo civilizacional. E grande parte sonha em migrar para a capital russa, não o fazendo porque o controle nas fronteiras russas e também o controle interno dentro da própria Rússia é estrito (na Rússia, a mudança de uma cidade para outra não é livre como no Brasil ou EUA, tem que ter autorização do Governo).

Por isso, não vejo problemas demográficos no futuro previsível da Rússia. Há uma reposição populacional via imigração que compensa o crescimento negativo. E não há grandes tensões étnicas ou religiosas. Aliás, quase 15% da população russa são muçulmanos, que se concentram no sul do país. E um dos maiores políticos da história da Rússia foi um georgiano: Stalin. Claro que há problemas, como o conflito no Cáucaso (Tchetchênia e Geórgia), que aliás tem mais a ver com a geopolítica do petróleo e gás do que com diferenças étnico-religiosas.

Quando se caminha no centro de Moscou, a maioria das pessoas são jovens e parecem locais, mas, se formos verificar suas origens, boa parte veio de fora. Em suma, ao contrário do que possa parecer, esse espaço eurásico tem força demográfica própria, à altura dos mercados emergentes, em linha com os demais BRICs.

 

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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