Criador de Charlie Brown teve uma vida de melancolia

REUTERS ; JB online

SÃO PAULO - Descanse em paz, Charles Schulz. O criador da tirinha de Charlie Brown e Snoopy era um homem tímido e solitário que usou seus desenhos de traços infantis para descrever uma vida de profunda melancolia, de acordo com uma nova e controversa biografia.

O livro é baseado em seis anos de pesquisa, acesso ilimitado a documentos da família, mais de 200 entrevistas e uma leitura detalhada das 17.897 tirinhas que Schulz criou. A biografia mostra Schulz como um homem que se sentiu invisível e mal-amado, mesmo que seus leitores somassem centenas de milhões de pessoas.

O biógrafo David Michaelis, autor de Schulz & Peanuts, disse que o cartunista também era um homem que não esquecia nem perdoava nenhuma bobagem ou momento solitário.

Por nenhum momento ele acreditou que a felicidade é um cachorrinho caloroso —ele não deve ter acreditado em felicidade em geral.

- Ele acreditava que era impossível criar uma tira de história em quadrinhos alegre e gostava de dizer que a felicidade é uma canção triste - disse Michaelis em recente entrevista.

A família do cartunista disse que está muito triste com a biografia de 655 páginas de Schulz, que morreu em 2000, aos 77 anos, e disse que não reconhece o homem retratado no livro.

Seu filho Monte Schulz disse à revista Newsweek: - Por que todos nós (os filhos) nos reuniríamos ao pé de sua cama por três meses se não sentíssemos um afeto imenso por ele?

- Se soubéssemos que era esse o livro que Davis ia escrever, não teríamos falado com ele.

Mas eles falaram com Michaelis e o escritor defende sua pesquisa.

- Charles Schulz era um homem engraçado, caloroso e charmoso, com um grande senso de calma e decência. Mas ele também se sentiu solitário, mal-compreendido e infeliz por toda a vida - disse.

 

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