Reforma do Ensino Médio. Por indicação da UnB, alguns órgãos de imprensa me ligaram para ouvir minha opinião sobre a reforma do Ensino Médio. Deixo aqui a essência de minhas respostas, sem a preocupação de fazer média com ninguém. É preciso mesmo cuidar do Ensino Médio, que vai de mal a pior. Acho adequado o núcleo comum previsto , constituído de matemática, português e inglês, que vai substituir as atuais treze disciplinas. Ensinar e aprender matemática é essencial. Sem essa competência , os estudantes têm pouca chance de avançar na vida. Da mesma forma é preciso que eles saibam ler e escrever bem , pelo menos em sua língua materna. Quando da discussão do Currículo Básico , solicitei à Parábola Editorial que enviasse ao MEC alguns exemplares da coletânea que organizamos aqui na UnB “Por que a escola não ensina ( gramática) assim ?”, que discute o essencial para um currículo de língua portuguesa. Quanto a língua estrangeira, já ensinamos, há anos, no Ensino Médio também o Francês. Se não tivermos recurso para ensinar várias línguas estrangeiras, ensinemos, pelo menos o inglês, que é uma língua internacional. Outras línguas, como o Espanhol, falado por nossos vizinhos, poderão ser oferecidas como disciplina facultativa, desde que haja professor. Nos países do Leste europeu, cujas línguas são pouco conhecidas, todos os cidadãos falam , compreendem e leem em inglês.
Por fim, a ideia de permitir que os alunos elejam disciplinas pode ser uma forma para evitar tanta evasão, embora não seja uma fórmula mágica. A evasão é um fenômeno multicausado. Os meninos saem do Ensino Médio para trabalhar. As meninas porque ficam grávidas. Disciplinas de que gostem talvez possam ajudar a motivá-los a ficar na escola.
Enfim, embora enviada por medida provisória, ao Congresso, é bom que a sociedade acompanhe a votação dessa reforma.
Em tempo : Considero muito importante que os alunos tenham a oportunidade de fazer educação física, indispensável para o seu crescimento e bem-estar. Também não vejo com bons olhos que se suprimam as aulas de Artes e de Filosofia. Se a escola trabalhar com uma Pedagogia de Projetos, essas disciplinas poderão ser devidamente incluídas no currículo.
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