Da fala à escrita: o que o alfabetizador precisa saber para mediar essa transição
Estamos assistindo, no Brasil, a uma discussão relativamente nova sobre métodos de alfabetização. Há poucos anos essa discussão se circunscrevia aos círculos acadêmicos que acumularam, nas últimas décadas, reflexão sobre o processo de alfabetização e métodos que o implementam e aos educadores adeptos dos modelos teórico-metodológicos disponíveis.
Em anos recentes a discussão sobre esses métodos chegou à imprensa, embalada pelo alarme que vêm causando os resultados de testes domésticos e internacionais que aferem a capacidade de ler com boa compreensão e de escrever que nossos alunos apresentam.
Os resultados desses sistemas nacionais de avaliação_ inicialmente o SAEB, depois aperfeiçoado na Prova Brasil _ são muito ruins e há bastantes evidências de que esses resultados decorrem de problemas no processo de alfabetização.
Podemos dizer que os métodos de alfabetização conhecidos distinguem-se entre si pelo foco na forma ou o foco no significado do texto. Em outras palavras: a lógica do primeiro é “bottom-up” ( de baixo para cima), enquanto a do segundo é “top-down” ( de cima para baixo). Os que se baseiam na forma iniciam-se com o trabalho fônico que explora a relação entre som e letra, começando por padrões silábicos mais simples e gradualmente progredindo para os mais complexos. A ênfase no significado preconiza que os alunos sejam, desde o início de sua escolarização, confrontados com sentenças completas e pequenos textos de modo a desenvolverem estratégias de inferência que lhes permitam construir o significado desses textos. Nesse processo eles