Quando usamos os pronomes pessoais de terceira pessoa (ele-ela, eles-elas) ou os pronomes demonstrativos “ o outro”, “ a outra”, “um”, etc. estamos sempre nos referindo a alguém ou alguma coisa já mencionada no discurso. Os especialistas dizem que esses pronomes são anafóricos, isto é, remetem a algo que já foi mencionado antes. Eles são diferentes do pronome de primeira pessoa “eu” e de segunda pessoa “tu” ou “você”, que se referem, respectivamente, à pessoa que está falando e à pessoa que está ouvindo e por isso não suscitam dúvidas. Já os pronomes “ele”, “ela”, “outro” , por se referirem a um termo mencionado anteriormente, podem dar origem a ambiguidades: o ouvinte pode não entender de pronto a quem ou a quê o pronome se refere. Quando isso acontece numa conversa, um dos participantes pode perguntar: “Ele quem?” solicitando mais dados para facilitar sua compreensão. Na língua escrita o leitor não pode pedir informações desse tipo e por isso o emprego dos pronomes de terceira pessoa tem de ser cuidadoso de modo a não provocar ambigüidades. Narradores experientes valem-se de várias estratégias discursivas para que não pairem dúvidas sobre a identidade dos personagens a quem estão-se referindo usando os pronomes de terceira pessoa. Dizem, por exemplo, “o primeiro”, “o segundo”, “este último”, “aquele”, etc. Narradores menos experientes, como é o caso de crianças nas séries