O fotógrafo Silvio Zamboni expõe na Ímã de 9 a 29 de novembro e lança o seu quinto livro: “A Fotografia Neoconcreta”. Leia a entrevista.

Silvio Zamboni é fotógrafo e imagemaker. Pioneiro no uso de microcomputadores em arte, é doutor em Artes pela ECAUSP e professor do Instituto de Artes da Universidade de Brasília. Publicou o livro “A Pesquisa em Arte – um paralelo entre arte e ciência”, pela Editora Autores Associados. A obra já está na terceira edição, sendo a primeira datada de 1998. Publicou também, em 2002, pela Editora Plano, um ensaio fotográfico intitulado “Pirenópolis: pedras janelas quintais”, e o livro “Poesia Visual”. Em 2005, lançou “Silvio Zamboni PB”.

Agora, Zamboni lança o seu quinto livro: “A Fotografia Neoconcreta”. Em entrevista exclusiva à Ímã, ele fala das obras que trouxe a São Paulo e de sua trajetória profissional.


Ímã: Desde quando você fotografa?
Silvio Zamboni: Fotografar propriamente dito é algo que faço relativamente recente, mas arte, faço desde que me conheço como gente.

Ímã: E o que você fazia antes de fotografar?
Silvio Zamboni: Já fiz praticamente de tudo, em 2D: pintei algumas boas centenas de quadros a óleo, fiz gravura, vídeo, poesia visual, e, nos últimos vinte anos, arte com microcomputador.

Ímã: Como assim? E... já existia microcomputadores há vinte anos atrás?
Silvio Zamboni: Estava começando... No início de 1988 comecei a fazer os primeiros trabalhos em videotexto com o Júlio Plaza, e nesse mesmo ano já parti com tudo para fazer arte o com micro. No ano seguinte, apresentei o primeiro trabalho em São Paulo, num congresso da ANPAP, 20 minutos de animação. Certamente fui um dos pioneiros nisso, aqui no Brasil. Era tudo muito difícil, meu computador era o “famoso” XT, que trabalhava com quatro cores - um avanço na época, vejam só! - ; o HD era mínimo, e a gente dispunha unicamente daqueles disquetes gigantes flexíveis, onde não cabia quase nada.



Ímã: E como você foi para a fotografia?
Silvio Zamboni: É engraçado! Eu não fui para a fotografia, a fotografia que foi para o computador e me encontrou lá!

Ímã: Como assim?
Silvio Zamboni: Eu já trabalhava em computador há muito tempo... Quando as máquinas fotográficas digitais ficaram disponíveis, eu achei que seriam grandes ferramentas para produzir e jogar dados e imagens para dentro do computador, então...eu há muito já era um imagemaker e mal me dava conta disso, esse termo nem existia. E de repente, não mais que de repente, eu comecei a tirar fotos e a me empolgar, a aceitação foi quase unânime e imediata, e a festa começou...

Ímã: E já de início as fotos saíram boas?
Silvio Zamboni: Creio que saíram, pois eu comecei a fotografar em 2001, e logo um editor se interessou em publicar minhas fotos, ta

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