Encerrada ontem, após 57 dias de tormento, a greve da Universidade de São Paulo forneceu ao país um exemplo de tudo aquilo que democracias não podem tolerar.

Controlado por microagrupamentos radicais, a paralisação
teve tons de violência como há muito tempo não se via.

O professor José Artur Gianotti,perseguido após o golpe de 1964, resumiu o clima: Quarenta anos atrás fui calado e impedido de dar aulas por militares; hoje fui calado e impedido de dar aulas por estudantes.

A frase é perfeita, não fosse por uma possível correção.
Poderia dizer militantes em vez de estudantes.

O que ocorreu na maior universidade do país
deve servir para uma reflexão na capital.

Depois de movimento que levou ao afastamento de
administração eivada de escândalos, a Universidade
de Brasília assistiu há pouco a uma invasão ensaiada
por duas dúzias de alunos movidas por questões secundárias
e corporativas, assim como eram secundárias e corporativas
as exigências feitas por funcionários da USP.

Também lá os estudantes dividiram-se e até se chocaram,
dado o dogmatismo e o oportunismo dos militantes.
O que ocorreu em São Paulo serve, sim, de alerta.

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