Nenhum país vai passar incólume por um processo traumático como o que estamos vivendo.  A corrupção é um vício enraizado em nossa cultura e recobre uma ampla gama de comportamentos, desde os grandes delitos, que têm levado os responsáveis à prisão até pequenas ações diárias, como, por exemplo, estacionar em vaga reservada para deficientes físicos. O processo fica mais traumático porque implicou uma verdadeira guerra entre simpatizantes de partidos políticos que  se opõem. Estamos vivendo o clima de eleições majoritárias sem eleições. Mas há alguma coisa positiva. Membros do Ministério Público tiveram a iniciativa de colher assinaturas para a proposição  de projetos de lei que criam salvaguardas contra a corrupção. As assinaturas podiam ser coletadas pela internet. Eu fiquei feliz de poder assinar. Foi assim que surgiu, não faz tanto tempo, a lei da ficha limpa.

 Hoje acordei com a notícia de que a Polícia Federal iniciou outra etapa da Lava Jato : a operação carbono 14, que se propõe a uma arqueologia dos crime de malversação de dinheiro público. Espero que essa arqueologia chegue a camadas geológicas mais profundas.

Por mais penoso que nos seja atravessar este momento de acerto de contas, algo de bom há de ficar, a começar pela  conscientização coletiva. Será que o Brasil acordou?

Quero deixar também um registro. Não sou eleitora da Dilma, mas reconheço que ela vem respeitando o trabalho da justiça e da Polícia Federal. Não é pouco.

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