Quem são esses brasileiros analfabetos residentes no DF?
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SBPC quer mobilizar sociedade brasileira em favor da educação
Seg, 16 de Novembro de 2009
Jornal da Ciência
A
entidade lançou, na manhã desta sexta-feira (13), o movimento "SBPC:
Pacto pela Educação", que busca apresentar propostas de médio e longo
prazos aos próximos governos e garantir o acompanhamento e avaliação
das ações
Daniela Oliveira escreve de Brasília para o "JC e-mail":
Promover
uma grande mobilização na sociedade brasileira, como forma de ajudar a
impulsionar e tornar mais robustos os esforços para a solução dos
problemas que afetam a educação no país, especialmente nos níveis
fundamental e médio. Segundo o presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp,
esse é o principal objetivo do movimento em favor da educação lançado
pela SBPC na manhã desta sexta-feira, dia 13, em Brasília.
A
cerimônia, realizada no auditório da reitoria da Universidade de
Brasília (UnB), reuniu autoridades, parlamentares e representantes da
comunidade científica e acadêmica do país.
O
movimento "SBPC: Pacto pela Educação" representa o primeiro passo com
visibilidade pública do Grupo de Trabalho sobre Educação, criado pelo
Conselho da SBPC em agosto do ano passado. Além de especialistas em
educação, participam do GT representantes da Academia Brasileira de
Ciências (ABC), do movimento Todos pela Educação, da Confederação
Nacional da Indústria (CNI) e das entidades estudantis - Associação
Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), União Nacional dos Estudantes (UNE)
e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).
Para
Raupp, a iniciativa representa a escolha da SBPC por um sistema
educacional mais justo e eficaz. "Não queremos que um sistema
educacional falho seja razão para a continuidade da desigualdade social
e econômica. Não aceitamos que um ensino deficiente seja motivo para a
perpetuação da pobreza e de um quadro de carências humanas absurdas em
um país com as riquezas e potencialidades que possuímos. Não
concordamos em continuar vendo que a educação continue sendo uma trava
para o crescimento econômico e social do Brasil e de milhões de
brasileiros", disse.
O
presidente da SBPC ressaltou que, embora possa avaliar criticamente as
políticas oficiais para a educação, o movimento não busca fazer
oposição ao governo federal: "Ao contrário, a SBPC quer que as ações em
curso, bem-sucedidas, sejam fortalecidas e perpetuadas".
Da
mesma forma, destacou Raupp, o movimento também não quer sobrepor-se a
outras iniciativas na luta por melhorias definitivas no sistema
educacional. "O propósito da SBPC é somar esforços às ações já
existentes como forma de atingirmos o objetivo maior: termos neste país
uma educação básica de qualidade". (Leia a íntegra do discurso de Raupp
na matéria seguinte)
Proposição e acompanhamento
O
coordenador do GT-Educação, Isaac Roitman, explicou que a prioridade do
movimento é a melhoria do ensino básico. Uma luta antiga, já apontada
por manifestos do século passado, como o "Manifesto dos Pioneiros pela
Educação Nova", com versões nos anos 30 e 50, destacou.
A
ideia, com o lançamento do pacto da SBPC, é receber propostas dos
diferentes segmentos da sociedade brasileira. Já foram acionadas
entidades estudantis, de trabalhadores da educação, setor empresarial,
iniciativas de organizações não governamentais, legisladores, entre
outros atores. A intenção é reunir as propostas e entregá-las, ainda no
primeiro semestre de 2010, aos candidatos à presidência da República e
também aos governos posteriores.
Roitman
informou que serão elaborados indicadores para acompanhamento e
avaliação da implementação das propostas. "Queremos uma política de
Estado para a educação, de longo prazo, e que seja acompanhada de perto
pela sociedade", afirmou.
A
pauta do pacto pela educação inclui, entre outros pontos, o estímulo ao
envolvimento de diferentes setores da sociedade, das comunidades
científica e universitária, bem como das secretarias regionais da SBPC;
a organização de um sistema de acompanhamento e avaliação das políticas
públicas de educação e a proposição de ações específicas nas áreas do
ensino de ciências e de matemática, da formação de professores e das
novas tecnologias de ensino e aprendizagem.
A
cerimônia de lançamento do pacto da SBPC pela Educação contou com a
participação do reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Junior; da
vice-presidente da Comissão de C&T da Câmara dos Deputados,
deputada Raquel Teixeira, e do presidente da Associação Nacional dos
Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Alan
Barbiero. Eles reconheceram a importância do movimento e manifestaram o
apoio e a intenção de participar ativamente da iniciativa.
"Necessitamos
de uma política de Estado para a educação, mas é preciso também que a
sociedade participe dessa política. Esse movimento da SBPC representa o
engajamento de diferentes segmentos na busca por esse objetivo", disse
José Geraldo de Sousa Junior.
Revolução
O
senador Cristovam Buarque (PDT-DF) proferiu a conferência que encerrou
a solenidade de lançamento do pacto da SBPC pela educação. Ele
apresentou dados sobre o sistema de educação no país, especialmente no
que se refere à desigualdade educacional - o que o senador chama de
tragédia brasileira -, e provocou uma reflexão sobre a importância da
educação para o desenvolvimento na nação.
"Sem
educação não temos como resolver os problemas de desigualdade no país
nem como dar um salto para o futuro. Se não fizermos a revolução
científica e tecnológica o país ficará para trás. E sem educação para
todos, não haverá pleno desenvolvimento de C&T", disse Cristovam.
O
senador destacou que os avanços na educação brasileira nos últimos anos
estão concentrados principalmente no ensino superior e no ensino
técnico. "Mas não houve uma revolução no ensino de base, apenas a
manutenção das ações já existentes. Isso precisa mudar". Ele reconhece,
no entanto, que serão necessários pelo menos 20 anos para alcançar a
melhoria nos níveis iniciais da educação.
Entre
as propostas defendidas por Cristovam estão a federalização do ensino
básico, com a transformação do MEC em Ministério da Educação de Base e
a criação de uma pasta para o ensino superior; criação de um Plano
Nacional de Carreira do Magistério e de um Programa Federal de
Qualidade na Educação; definição de padrões nacionais mínimos para
carreira, infraestrutura e conteúdo; instituição de leis de metas e de
responsabilidade educacional; estabelecimento de ações para valorizar,
formar e motivar o professor; universalização da frequencia às aulas
até o fim do ensino médio; universalização do ensino técnico;
erradicação do analfabetismo no Brasil; criação de um sistema nacional
de avaliação e fiscalização da educação de base.
Para
Cristovam, o pacto lançado nesta sexta-feira representa um grande salto
de qualidade e de força para as ações já existentes. "A entrada oficial
da SBPC nessa luta pela educação básica pode fazer com que a sociedade
abra os olhos para a necessidade de uma verdadeira revolução no país",
concluiu.